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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

VOCÊ SABIA?


Você sabia que as artimanhas empregadas por adversários eram comuns nos jogos de Bolão? As artimanhas no Bolão são conhecidas de longa data e são incontáveis os expedientes empregados com a finalidade de "trair" os adversários. Alguns registros relatam que, pistas colocadas diretamente sobre o solo, parcialmente cobertas ou expostas às intempéries, equilibradas apenas sobre barrotes facilmente desniveláveis, ou ainda colocadas sobre tábuas irregulares, causavam polêmicas já no início deste século. No momento que o bolonista adversário iniciava sua série, alguns membros da casa acorriam para o fundo do pranchão, proporcionando um desequilíbrio na tesoura pela instabilidade do piso. 
Não raro, também, era o momento em que os armadores (em geral meninos) apresentavam-se com os cabelos primorosamente penteados e besuntados com óleo "Glostora", muito divulgado nas décadas passadas. Ao retornar a bola no cocho, a mão era passada nos cabelos e, generosamente, untavam a bola com a preciosa pasta, antes da devolução. 
Ocasionalmente, o grupo visitante era alvo de gentilezas, sendo-lhe oferecido salsichão frito passado na farinha de mandioca, antes de ingressar nas pistas. Inadvertidamente, servia-se usando os dedos  antes de executar o arremesso 
A iluminação reduzida nas dependências do Bolão e a água também deram sua contribuição para aumentar a polêmica sobre o fato. Nódoas de cera nas proximidades do cocho de retorno, óleo em excesso nos pranchões, paus de peso irregular ou sem a chapa de encaixe, segundo os mais veteranos, são artifícios empregados ainda hoje. 
Em Porto Alegre, havia uma pista de Bolão cuja extremidade avançava sobre as águas do Rio Guaíba e sustentada por caibros. No local, se adaptou um macaco que, acionado, causava desnivelamento cada vez que uma pequena luz engenhosamente localizada se acendia, alertando que o adversário ingressava na pista.
Em 1983 foi introduzido pela Federação de Bolão, um relógio para acelerar o andamento dos jogos de casais, que se prolongavam madrugadas a dentro. Convencionado para 18 minutos, os vinte arremessos, às vezes era esquecido, outras vezes acelerado, outra tantas deslizava para 20 minutos.
A malícia, expressões jocosas e canções sempre acompanharam a tradição do Bolão. No entanto, em jogos oficiais, manifestações contra o adversário enquanto este estiver nas canchas, apupos, palavras agressivas ou ofensivas são desaconselhadas pela Federação, fazendo com que esta determinação se constitua numa peculiaridade do Estado do Rio Grande do Sul.
De qualquer forma, as artimanhas no Bolão também enriquecem a tradição e o folclore do nosso esporte. 

Foto: Reprodução Internet

Fonte: KRELING, Helaine Maria, O Bolão, Porto Alegre, Martins Livreiro Editor, 1984, Páginas 131 e 132.

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